terça-feira, 26 de março de 2013

Álvaro de Campos


 Álvaro de Campos é um dos heterônimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Este fez uma biografia para cada um dos seus heterônimos e, de Álvaro de Campos declarou:

Nasceu em 15 de Outubro de 1889, em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inatividade. 
Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Pessoa disse também em relação a este heterônimo que :

Eu fingi que estudei engenharia. Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda. Meu coração é uma avozinha que anda Pedindo esmolas às portas da alegria.

Entre todos os heterônimos  Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo de sua obra. Houve três fases distintas na sua obra. Começa sua trajetória como um decadentista (influenciado pelo Simbolismo), mas logo adere ao Futurismo: é a chamada Fase Sensacionista, em que produz, com um estilo assemelhado ao de Walt Whitman (a quem dedicou um poema, a Saudação a Walt Whitman), versilibrista, jactante, e com uma linguagem eufórica onde abundam as onomatopeias, uma série de poemas de exaltação do Mundo moderno, do progresso técnico e científico, da evolução e industrialização da Humanidade: é muito influenciado por Marinetti, um dos nomes cimeiros do Futurismo neste período. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista ou intimismo: é conhecida como Fase Abúlica, e assemelha-se muito, sobretudo nas temáticas abordadas, à obra do Pessoa ortônimo  a desilusão com o Mundo em que vive, a tristeza, o cansaço ("o que há em mim é sobretudo cansaço", assim começa um dos seus mais famosos poemas) leva-o a refletir, de modo assaz saudosista, sobre a sua infância, passada na "velha casa": infância arquetípica, de uma felicidade plena, é o contraponto ao seu presente. Uma fase caracterizada pelo cansaço e pelo sono que se denota bastante no pessimista poema "Dactilografia" da obra Poemas:

Que náusea de vida! Que abjecção esta regularidade! Que sono este ser assim!
  
No poema "Aniversário" Álvaro de Campos compara a sua infância, "o tempo em que festejava o dia dos meus anos" com o tempo presente, em que, afirma "já não faço anos. Duro. Somam-se-me dias". Este é talvez o exemplo mais acabado - e mais conhecido - dessa mitificação da infância, por contraste à tristeza e descrença do poeta no presente.
Álvaro de Campos conheceu Alberto Caeiro, numa visita ao Ribatejo e tornou-se seu discípulo: "O que o mestre Caeiro me ensinou foi a ter clareza; equilíbrio, organismo no delírio e no desvairamento, e também me ensinou a não procurar ter filosofia nenhuma, mas com alma." Páginas Íntimas e Auto Interpretação, p. 405). 
Distancia-se, no entanto, muito do mestre ao aproximar-se de movimentos modernistas como o futurismo e o sensacionismo. Distancia-se do objetivismo do mestre e percepciona as sensações distanciando-se do objeto e centrando-se no sujeito, caindo, pois, no subjetivismo que acabará por enveredar pela consciência do absurdo, pela experiência do tédio, da desilusão ("Grandes são os desertos, e tudo é deserto / Grande é a vida, e não vale a pena haver vida") e da fadiga ("O que há em mim é sobretudo cansaço - / Não disto nem daquilo, / Nem sequer de tudo ou de nada: / Cansaço assim mesmo, ele mesmo, / Cansaço).

Álvaro de Campos experimentara a civilização e admira a energia e a força, transportando-as para o domínio da sua criação poética, nomeadamente nos textos "Ultimatum" e "Ode Triunfal". Álvaro de Campos é o poeta modernista, que escreve as sensações da energia e do movimento bem como, as sensações de "sentir tudo de todas as maneiras". É o poeta que mais expressa os postulados do Sensacionismo, elevando ao excesso aquela ânsia de sentir, de percepcionar toda a complexidade das sensações.

A sua primeira composição data de 1914 e ainda em 12 de Outubro de 1935 assinava poesias, ou seja, pouco antes da morte de Fernando Pessoa o qual cessara de assinar textos antes de Álvaro de Campos.


FASES DA ESCRITA

É possível verificar que existiram três fases na escrita de Campos: a primeira, a decadentista, é a que mais se aproxima da nossa poesia de final do século; a segunda, a modernista, corresponde à experiência de vanguarda iniciada com Orpheu; e a terceira é a negativista, na qual a angústia de existir e ser mais se evidencia e se radicaliza.


 1ª Fase - Decadentista

Nesta fase o poeta exprime o tédio, o cansaço e a necessidade de novas sensações (“Opiário”- oferecido a Mário de Sá Carneiro e escrito enquanto navegava pelo canal Suez em Maio de 1914). Também o decadentismo surge como uma atitude estética finissecular que exprime o tédio, o enfado, a náusea, o cansaço, o abatimento e a necessidade de novas sensações. Esta fase expressa-se como a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia, com preciosismo, símbolos e imagens apresenta-se marcado pelo Romantismo e pelo Simbolismo.
Citações que sintetizam a fase:

“E afinal o que quero é fé, é calma
 E não ter estas sensações confusas.” ,
 “E eu vou buscar o ópio que consola.”
"É antes do ópio que a minha alma é doente"


2ª Fase – Futurista/Sensacionista

Esta fase foi bastante marcada pela influência de Walt Whitman e de Marinetti (Manifesto Futurista), nela, Álvaro de Campos celebra o triunfo da máquina e da civilização moderna. Sente-se nos poemas uma atração quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna. Campos apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida. Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”. A “Ode Triunfal” ou a “Ode Marítima” são bem o exemplo desta intensidade e totalização das sensações. A par da paixão pela máquina, há a náusea, a neurastenia provocada pela poluição física e moral da vida moderna. O futurismo nesta fase é visível no elogio da civilização industrial e da técnica (“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!”, Ode Triunfal), na ruptura com o subjetivismo da lírica tradicional e na transgressão da moral estabelecida. Quanto ao Sensacionismo, este revela-se na vivência em excesso das sensações (“Sentir tudo de todas as maneiras” – afastamento de Caeiro), no masoquismo (“Rasgar-me todo, abrir-me completamente, / tornar-me passento/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões...”, Ode Triunfal) e na expressão do poeta como cantor lúcido do mundo moderno. É nessa fase onde a sensação é mais intelectualizada.
citações que sintetizam a fase: "Quero ir na vida como um automóvel último modelo","Quero sentir tudo de todas as maneiras" Nesta fase Campos seria: 

"Um Whitman com um poeta grego dentro.Pois Pessoa o coloca numa dupla seqüência:a de uma arte orientada pelo ideal gregoe a dos cantores de hinos a civilização modernae sensações por ela provocadas."


3ª Fase – Intimista/Pessimista

A fase intimista é aquela em que, perante a incapacidade das realizações, traz de volta o abatimento, que provoca “Um supremíssimo cansaço, /íssimo, íssimo, íssimo, /Cansaço…”. Nesta fase, Campos sente-se vazio, um marginal, um incompreendido. Sofre fechado em si mesmo, angustiado e cansado. Como temáticas destacam-se: a solidão interior, a incapacidade de amar, a descrença em relação a tudo, a nostalgia da infância, a dor de ser lúcido, a estranheza e a perplexidade, a oposição sonho/realidade – frustração (ex. “Tabacaria”), a dissolução do “eu”, a dor de pensar e o conflito entre a realidade e o poeta. É nessa fase em que se enquadram: "Lisbon Revisited" (l923), "Apontamento", "Poema em Linha Reta" e "Aniversário", que trazem, respectivamente, como características, o inconformismo, a consciência da fragilidade humana, o desprezo ao suposto mito do heroísmo e o enternecimento memorialista.

 O que se constata, finalmente, é que Álvaro de Campos, a despeito de intelectualizar as sensações e apresentar laivos surrealistas, é a personalidade pessoana que mais se aproximou de uma poesia realista, e, também, quem mais foi marcado pelos caracteres da modernidade.

Citação que sintetiza a fase: "íssimo, íssimo, ísssimo cansaço"

  • Extraído de http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=80089 em 09 de março de 2013 às 11h43.

Ricardo Reis


Ricardo Reis foi criado quando Fernando Pessoa escreveu os "Poemas de Índole Pagã". Em sua biografia consta que nasceu em Porto, Portugal, no dia 19 de setembro de 1887. Estudou em colégio de jesuítas e estudou medicina. Era monarquista, auto-exilou-se no Brasil, em 1919, por discordar da Proclamação da República Portuguesa. Foi profundo admirador da cultura clássica. Era autodidata na língua grega e de formação sólida na língua latina e mitologia.
Ricardo Reis possui obras em seu nome. As primeiras obras foram publicadas na revista Athena, fundada por Fernando Pessoa em 1924. Entre 1927 e 1930, publicou várias Odes na revista Presença, de Coimbra. A idéia desenvolvida em sua obra faz parte do pensamento Greco-romano: clareza, equilíbrio, as boas formas de viver, o prazer, a serenidade. O pensamento do filósofo Epicuro permeia a obra de Ricardo Reis, que pregava que as pessoas deveriam viver o "aqui e agora", retomando o preceito grego do "carpe diem", baseado no prazer. Mas, além do epicurismo, Ricardo Reis possuía o estoicismo também como influência, que propõe a aceitação do acontecimento das coisas e a rejeição às emoções e sentimentos exacerbados.
Ricardo Reis possui um estilo muito próximo dos escritos do poeta latino Horácio, que foi seu grande inspirador, como o uso de gerúndios, imperativos e inversões de sintaxe, como os hipérbatos.
Em sua biografia não consta a data de sua morte mas, o escritor José Saramago em seu livro "O Ano da Morte de Ricardo Reis", situou-o em 1936.


  • Extraído de http://www.e-biografias.net/ricardo_reis/ no dia 09 de março de 2013 às 11h34.

Alberto Caieiro




Alberto Caeiro da Silva nasceu em Lisboa, em 16 Abril de 1889, e na mesma cidade faleceu, de tuberculose, em 1915.
Alberto Caeiro é considerado o mestre dos heterônimos de Fernando Pessoa, apesar da sua pouca instrução. 

Segundo o seu criador

Nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia avó. 
Pessoa criou uma biografia para Caeiro que se encaixa com perfeição à sua poesia. Caeiro escrevia com a linguagem simples e o vocabulário limitado de um poeta camponês pouco ilustrado. Pratica o realismo sensorial, numa atitude de rejeição às elucubrações da poesia simbolista
Foi um poeta ligado à natureza, que despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que pensar obstrui a visão ("pensar é estar doente dos olhos"). Proclama-se assim um anti-metafísico. Afirma que, ao pensar, entramos num mundo complexo e problemático onde tudo é incerto e obscuro. À superfície é fácil reconhecê-lo pela sua objetividade visual, que faz lembrar Cesário Verde, citado muitas vezes nos poemas de Caeiro por seu interesse pela natureza, pelo verso livre e pela linguagem simples e familiar. Apresenta-se como um simples "guardador de rebanhos" que só se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade. É um poeta de completa simplicidade, e considera que a sensação é a única realidade.
Dos principais heterônimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever em prosa. Alegava que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade.
Possuía uma linguagem estética direta, concreta e simples mas, ainda assim, bastante complexa do ponto de vista reflexivo. O seu ideário resume-se no verso Há metafísica bastante em não pensar em nada.

Fernando Pessoa formulou 3 princípios do sensacionismo:
• Todo objeto é uma sensação nossa; 
• Toda a arte é a convenção de uma sensação em objeto; 
• Portanto, toda arte é a convenção de uma sensação numa outra sensação. 

E Caeiro foi o heterônimo que melhor interpretou esta tese, pois só lhe interessava vivenciar o mundo que captava pelas sensações, recusando o pensamento metafísico.

Alberto Caeiro duvida da existência de uma alma no ser humano, quando diz

Creio mais no meu corpo do que na minha alma...

Caeiro é um poeta materialista, visto que crê que o mundo exterior é mais certo do que o mundo interior.
Simples, Caeiro parte do zero, quando regressa a um primitivismo do conhecimento da natureza. Mestre de Ricardo Reis e Álvaro de Campos, a eles ensinou a filosofia do não filosofar, a aprendizagem do desaprender. Compôs uma poética da contemplação, hiperbólica, de linguagem espontânea, discursiva, e prosaica, por extirpar do texto, ao máximo, a conotação tradicional. Considerando o mais contraditório dos heterônimos  atinge o poético pelo apoético, ou seja, conota quando denota, já que usa o inusitado.
Este heterônimo pessoano, diante da possibilidade de se infelicitar com o sol, os prados e as flores que contentam com sua grandeza, procura minimizá-los, comparando-os com eles próprios. Nessa redução do mundo, fica mais latente o "nada". Daí ser ele o heterônimo que nada quer. Mesmo assim, enquanto tenta provar que não intelectualiza nada, é que mais intelectualiza entre as personalidades pessoanas, parece usar o raciocínio sem querer demonstrar isso. Daí ser o mais infeliz, por restringir o mundo, além de fugir do progresso e a ele renunciar.

Caeiro faz uma poesia da natureza, uma poesia dos sentidos, das sensações puras e simples. Foi por isso que procurou, na serra, sentir as coisas simples da vida com maior intensidade.
Sendo o mais intelectualizado entre as personalidades pessoanas, Caeiro foi o que menos se preocupou com o trabalho formal do poema. Daí o comentário crítico do seu discípulo Ricardo Reis:
 Falta nos poemas de Caeiro aquilo que deveria completá-los a disciplina exterior.Não subordinou a expressãoa uma disciplina comparável àquela a que subordinou,quase sempre, a emoção e sempre, a ideia.

Como afirma Reis, Caeiro, sem muitas preocupações formais, foi o filósofo das personalidades pessoanas. Mesmo o tempo todo não querendo nada e trabalhando o lado mais simples da linguagem, a denotação, conseguiu, de maneira surpreendente, elaborar um inusitado monumento poético.
A sua obra está agrupada na coletânea Poemas Completos de Alberto Caeiro.


  • Extraído de http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=79123  no dia 09 de março de 2013 às 11h30.

Heterônimos de Fernando Pessoa


Segundo o Dicionário Online do Português, heterônimo quer dizer: 

s.m.  Outro nome, de pessoa imaginária, a quem um escritor atribui a autoria de certas obras suas, obras com características e tendências próprias, diversas das do autor verdadeiro: os heterônimos de Fernando Pessoa.
 
  • Extraído de http://www.dicio.com.br/heteronimo/ no dia 08 de março de 2013 às 23h59.



A questão da heteronímia resulta de características pessoais referentes à personalidade de Fernando Pessoa: o desdobramento do “eu”, a multiplicação de identidades e a sinceridade do fingimento, uma condição que patenteou sua criação literária e que deu origem ao poema que segue:



 Autopsicografia 

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração

Pessoa, Fernando. Lírica e dramática, In: Obras de Fernando Pessoa 


  • Extraído de http://www.brasilescola.com/literatura/fernando-pessoa-seus-heteronimos.htm no dia 20 de marõ de 2013 às 10h30.


Fernando Pessoa teve 127 heterônimos, porém, destes, apenas 3 ficaram famosos: Alberto Caieiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Veremos mais sobre eles nas próximas postagens.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Fernando Pessoa





Fernando Pessoa (1888-1935) nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 13 de junho de 1888. Ficou órfão de pai aos 5 anos de idade. Seu padastro era o comandante João Miguel Rosa. Foi nomeado cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul. Acompanhou a família para a África e lá recebeu educação inglesa. Estudou em colégio de freiras e na Durban High School.
Em 1901 escreveu seus primeiros poemas em inglês. Em 1902 a família volta para Lisboa. Em 1903 Fernando volta sozinho para a África do Sul, onde submete-se a uma seleção para a Universidade do Cabo da Boa Esperança. Em 1905 de volta à Lisboa, matricula-se na Faculdade de Letras, onde cursou Filosofia. Em 1907 abandona o curso. Em 1912 estreou como crítico literário.
Fernando Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo. Tendo sido "plural" como se definiu, criou vários poetas, que conviviam nele. Cada um tem sua biografia e traços diferentes de personalidade. Os poetas não são pseudônimos e sim heterônimos, isto é indivíduos diferentes, cada qual com seu mundo próprio, representando o que angustiava ou encantava seu autor.
Criou entre outros heterônimos, Alberto Caeiro da Silva, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares. Caeiro é considerado naturalista e cético; Reis é um classicista, enquanto Campos tem um estilo associado ao do poeta norte-americano Walt Whitman.
Em 1915, liderou um grupo de intelectuais, entre eles Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros. Fundou a revista Orfeu, onde publicou poemas que escandalizaram a sociedade conservadora da época. Os poemas "Ode Triunfal" e "Opiário", escritos por Álvaro de Campos, causaram reações violentas contra a revista. Fernando Pessoa foi chamado de louco.
Fernando Pessoa mostrou muito pouco de seu trabalho em vida. Em 1934 candidatou-se com a obra "Mensagem", um dos poucos livros publicados em vida, ao prêmio de poesia do Secretariado Nacional de Informações de Lisboa. Ficou em segundo lugar.
Fernando António Nogueira Pessoa morreu em Lisboa, no dia 30 de novembro de 1935.


Obras Publicadas em Vida

  • 35 Sonnets, 1918
  • Antinous, 1918
  • English Poems, I, II e III, 1921
  • Mensagem, 1934


Obras Póstumas

  • Poesias de Fernando Pessoa, 1942
  • Poesias de Álvaro de Campos, 1944
  • A Nova Poesia Portuguesa, 1944
  • Poesias de Alberto Caeiro, 1946
  • Odes de Ricardo Reis, 1946
  • Poemas Dramáticos, 1952
  • Poesias Inéditas I e II, 1955 e 1956
  • Textos Filosóficos, 2 v, 1968
  • Novas Poesias Inéditas, 1973
  • Poemas Ingleses Publicados por Fernando Pessoa, 1974
  • Cartas de Amor de Fernando Pessoa, 1978
  • Sobre Portugal, 1979
  • Textos de Crítica e de Intervenção, 1980
  • Carta de Fernando Pessoa a João Gaspar Simões, 1982
  • Cartas de Fernando Pessoa a Armando Cortes Rodrigues, 1985
  • Obra Poética de Fernando Pessoa, 1986
  • O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro, 1986
  • Primeiro Fausto, 1986
 
Extraído de http://www.e-biografias.net/fernando_pessoa/ no dia 08 de Março de 2013, às 23h48.

domingo, 3 de março de 2013

Projeto Modernamente


JUSTIFICATIVA
O Projeto Modernamente visa, primeiramente, a interação aluno-tecnologia, através das redes sociais (neste caso, o site Blogspot.com), ampliando o conhecimento sobre a Literatura Portuguesa, focando no período Modernista e no autor Fernando Pessoa.


OBJETIVOS
·        Desenvolver uma proposta de ensino com as tecnologias;
·        Promover o acesso à essas tecnologias;
·     Apresentar o que é a literatura portuguesa de forma mais divertida, utilizando outros recursos além de somente os textos escritos e impressos;
·        Provocar o desejo do aluno de pesquisar nos sites sobre diversos assuntos;
·       Despertar a curiosidade do aluno para a literatura de forma geral, e não somente a portuguesa, provocando o desejo pela leitura.

CRONOGRAMA
O Projeto será desenvolvido ao longo do semestre. Durante todo o semestre os alunos terão de acessar o blog.
Serão 8 aulas (acrescentando mais 2 para a avaliação) sobre o tema “Modernismo” e serão subdividas da seguinte forma:

  • 1ª Aula – a introdução do Modernismo e os alunos terão de acessar o blog como leitura complementar em suas casas;
  • 2ª Aula – comentários referentes ao conteúdo lido pelos alunos e complementação sobre o que é o Modernismo;
  • 3ª Aula – apresentação dos autores do Modernismo e introdução à aula referente a Fernando Pessoa, sobre sua vida, apresentando alguns poemas (dele próprio, o que é denominado como ortônimo, não de seus heterônimos). Neste dia os alunos lerão alguns poemas em classe, recitando-os. Os alunos terão de fazer uma leitura complementar sobre o autor em suas casas;
  • 4ª Aula – os alunos pesquisarão em classe no dicionário o significado das palavras “ortônimo” e “heterônimo” e o professor complementará as definições dadas pelo dicionário e fará uma simples introdução sobre os heterônimos de Fernando Pessoa. O professor deve acrescentar dizendo que na literatura não há limites no eu - lírico, exemplificando, dizendo que, um homem pode escrever como se fosse uma mulher, que determinada pessoa pode escrever sobre um sentimento que não é dela etc. O professor deve mencionar que Fernando Pessoa teve mais de 70 heterônimos, porém, que somente 3 ficaram conhecidos;
  • 5ª Aula – Apresentação de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa e leitura de alguns poemas dele;
  • 6ª Aula – Apresentação de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa e leitura de alguns poemas dele;
  • 7ª Aula – Apresentação de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa e leitura de alguns poemas dele;
  • 8ª Aula – Conclusão sobre os o Modernismo, sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos.

            AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada da seguinte forma: Para saber se, de fato, os alunos estavam pesquisando sobre o tema proposto, no final das aulas ministradas, em grupos formados por cinco pessoas (cada aluno falará de um tópico: Modernismo, Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos). Para a avaliação serão concedidas 2 aulas, para que não haja pressa nas apresentações e tempo para os comentários.


INTRODUÇÃO
O Modernismo Português se iniciou no ano de 1915, com a publicação da revista Orpheu, revista esta que contou com a participação de vários artistas e poetas, o que revolucionou a literatura da época.
As grandes revelações literárias desse período, Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa, surgiram nas páginas deste veículo de comunicação.
Fernando Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa (Portugal) e morreu, na mesma cidade, em 30 de novembro de 1935.
Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa.
Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterônimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra.
Fernando Pessoa usou seu próprio nome (ortônimo) para assinar algumas de suas obras, além dos 127 (segundo pesquisas) heterônimos que criou. Desses 127 heterônimos, 3 se destacaram que são os seguintes:
Álvaro de Campos que era um engenheiro naval, que teve três fases:
Decadentista, que exprime a nostalgia cansaço da civilização, o tédio, decadentismo e a sonolência, a necessidade de novas sensações etc.; fase Futurista/ Sensacionista, quando há um excesso de sensações modernas, a tentativa de totalização de todas as possibilidades sensoriais e afetivas, a inquietude etc.; e a Fase Intimista/ Abúlica - A partir de 1916, perante a incapacidade das realizações, é o poeta do abatimento, da abulia, da  angústia, da revolta, melancólico, refúgio em si mesmo num pessimismo agónico. 
Ricardo Reis que era um médico que escrevia suas obras com simetria e harmonia. Era um defensor da monarquia e demonstrava grande interesse pela cultura latina. Reis tinha a preocupação de viver o momento. Para ele, é preciso estar atento para aproveitar os instantes volúveis da vida, com serenidade e sem excessos.
Alberto Caeiro que tinha formação educacional simples, (apenas o primário), este heterônimo fazia poesias de forma simples, direta e concreta. Suas obras estão reunidas em Poemas Completos de Alberto Caeiro. Caeiro estava sempre em contato direto com a natureza, aproximando a sua lógica da ordem natural das coisas. Ele “pensava” com os sentidos e via as coisas como elas realmente eram, desprovidas de conceitos e valores pré-concebidos

METODOLOGIA
A metodologia utilizada será o conteúdo que podemos encontrar na própria internet (sejam vídeos do Youtube, textos encontrados em blog, artigos disponibilizados na internet, dentre uma infinidade de outras fontes possíveis).
Desta forma, a interação aluno-tecnologia será simples, do ponto de vista de facilidade de acesso à informação.
Além disso, os alunos verão o quão fácil é acharmos informações sobre fatos históricos num só clique, lembrando, que nem todas as informações são confiáveis e que devemos acessar sites recomendados ou seguros e nunca confiar numa só fonte, devendo também pesquisar noutras e também em livros para confirmar as informações obtidas.

RESULTADO
O resultado é possível de se prever, porém, espera-se que haja, antes de tudo, o interesse pela “liberdade” que é escrever um poema. Por exemplo, Fernando Pessoa escrever como se fosse “ele mesmo”, utilizando de seus próprios sentimentos, valores etc. Porém, também “se tornou outras pessoas” em sua poesia. Ele pôde escrever daquilo que, provavelmente, não vivia, tratando diversos outros assuntos, como se ele fosse outros. A literatura apresenta uma “liberdade” maravilhosa e espera-se que o aluno entenda que tem essa liberdade de escrever como se fosse outra pessoa, tratando de temas que nem sequer vivenciou, enfim, que ele pode imaginar o que quiser e colocar no papel entre versos, rimas e sonoridades.


BIBLIOGRAFIA
  • PESSOA, Fernando. Antologia Poética. Coleção Saraiva de Bolso, 64 páginas.
  • MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2006.